Cada vez mais vemos que os problemas ambientais vêm afetando nosso dia a dia, seja com tempestades intensas no Sudeste do país ou secas no Norte, não temos mais a opção de deixar o assunto da sustentabilidade de lado. Através do desenvolvimento de novos produtos e de soluções como o BIM podemos mudar o cenário de sustentabilidade.
Empresas que possuem o selo ESG têm se destacado no mercado, ganhando relevância. De acordo com o International Business Report (IBR), o selo aumenta a possibilidade de novos negócios e parcerias com retornos mais positivos.
Contudo, sabemos que o setor da construção civil é o maior responsável por danos ao meio ambiente. O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) descobriu que esse setor consome 20% de água das cidades, 75% dos recursos naturais e ainda gera aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos.
Além disso, esse setor é um dos maiores contribuidores para o aumento da emissão de carbono. Ele é responsável por cerca de 37% das emissões de CO2 em 2022, contando apenas com o uso de energia elétrica!
Por isso, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) acredita que investir em inovação, tecnologia e em novos materiais pode ser a solução para reduzir os impactos ao meio ambiente.
Novos Materiais
Com o desenvolvimento de produtos pensados na sustentabilidade, as empresas de construção civil não precisam mais impactar tanto os recursos naturais. Dessa forma, conseguem entregar projetos com qualidade para seus clientes.
Alguns materiais dessa nova era são:
- Bioconcreto: pesquisadores da Universidade de Delft desenvolveram um concreto que se regenera e ainda é mais econômico do que o comum. Através da implementação de uma bactéria que libera cálcio depois de sua digestão, os cientistas perceberam que essa liberação poderia ocupar o espaço do material desgastado. Dessa forma, poderiam produzir a “autorregeneração”;
- Madeira transparente: nova aposta para substituir o vidro e o plástico, foi desenvolvida por cientistas da Universidade de Nova Déli lá em 1992. Assim, diferente do petróleo, esse material é biodegradável e mais resistente do que o vidro, reduzindo o custo de energia para sua produção e sendo menos prejudicial ao meio ambiente;
- Telhas solares: ideais para a troca das telhas convencionais que, muitas vezes, possuem produtos químicos prejudiciais à saúde. As telhas solares foram desenvolvidas em 2017 por diversos países do globo. Feitas de concreto, elas ainda possuem placas solares onduladas que se adaptam ao formato das telhas. E, ao mesmo tempo, elas funcionam como painéis solares e geram energia para a residência.
Esses são só alguns materiais desenvolvidos nos últimos anos que já estão no radar de grandes construtoras para contribuírem com a diminuição do impacto do setor no meio ambiente.
Mas, além deles, também tivemos o desenvolvimento de tecnologias digitais que revolucionaram o setor!
Leia também: Como a sustentabilidade se relaciona com a Autodesk e a engenharia civil
Novas Soluções
O uso da tecnologia no setor não é novidade, mas o surgimento de novos modelos e ferramentas digitais têm transformado o setor.
Hoje, podemos otimizar o fluxo de trabalho e gerar menos impacto muito antes de termos o projeto entregue pelas construtoras. Tudo isso graças ao desenvolvimento tecnológico que não para de evoluir no mundo todo. Veja abaixo alguns deles:
- Manufatura aditiva ou Impressão 3D: se antigamente a produção de maquetes era algo que demandava muito, com essa ferramenta podemos modelar os projetos e imprimi-los sem gerar resíduos de produção;
- Internet das coisas (IoT): gerenciar e coletar dados tem se tornado essencial para otimização de tempo e recursos, afinal, podemos adaptar sensores que indicam manutenção preventiva e que aumentam a economia energética;
- BIM (Building Information Modeling): por ser uma metodologia, essa se tornou a grande chave para o futuro da construção civil. Através do BIM, é possível modelar, planejar e ter controle de custos de todos os empreendimentos. Algumas empresas inclusive aproveitam para criar “gêmeos digitais” de suas construções para acompanhar o funcionamento das estruturas e, ainda, solucionar um problema antes que ele exista;
- Design Generativo: através da união de projetos paramétricos com a inteligência artificial, essa solução vem inovando a maneira como engenheiros e projetistas encaram problemas de design. Definindo restrições e objetivos, o software traz diversas opções possíveis a serem exploradas pelo usuário. É um grande assistente virtual que ajuda na criação, teste e avaliação.
Leia também: BIM: Exigência do Governo Federal entra em vigor este ano
Em resumo, a possibilidade de criarmos projetos perfeitos no mundo virtual e acompanharmos todo o fluxo de trabalho sem precisarmos gastar recursos naturais ou combustível é um avanço extraordinário para o setor.
Conclusão
Para quem acredita que essas inovações estão chegando só nos países estrangeiros, saiba que o Brasil está cada vez mais preparado para elas. Afinal, elas podem ser a solução para diversos problemas que o segmento tem encontrado. Como o diretor-presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Alexandre dos Santos, destacou:
“Investir em tecnologia e inovação associada à construção civil é uma forma para enfrentar os desafios”
Ainda assim, destaco que temos empresas pioneiras quando falamos de novos materiais, casos como o da Eternit Solar, que desenvolveu as telhas solares, e o da Hone Structures, que viu no design generativo a oportunidade para criar concreto armado sustentável.
Mesmo apresentando algumas inovações, sabemos que há ainda um mundo de possibilidades a serem exploradas para reduzir os impactos ao meio ambiente. E, quem sabe, já não teremos atingido a meta de descarbonização até 2030?
Deseja ensinar BIM com profissionais certificados?