Todos os anos, alunos do SENAI de todo o Brasil se unem em competições participarem da WorldSkills! No ano de 2024, tivemos diversos alunos super talentosos que nos representaram em áreas como Mecânica Industrial, Desenho Mecânico em CAD, Tornearia CNC e outras. Esse foi o caso de Esther Toledo que nos representou em Construção Digital (BIM).
Aluna do SENAI Bauru, Esther já passou por alguns treinamentos realizados por Centros de Treinamento Autorizado da Autodesk®. Além disso, participou de competições como a BRICS Skills Competition em 2022, recebendo a medalha de bronze na categoria BIM.
Recentemente, tivemos a oportunidade de entrevistá-la e também seu professor Ricardo de Angelis que vem há alguns anos acompanhando Esther nessa trajetória de sucesso.
Leia a seguir os relatos da experiência da Esther e um pouco sobre a visão do professor Ricardo.
Entrevista com Esther Toledo
Para mim era um sonho, né? Desde a primeira vez que ouvi falar, eu queria estar lá, queria conhecer outro país, queria conhecer outras pessoas… E estar lá foi a realização desse sonho para mim, foi um orgulho para minha família.
Foi uma responsabilidade também muito grande da representando o SENAI, que é uma instituição bem grande.
Então eu fiquei muito feliz, me senti realizado estando lá.
A prova em si e o maior desafio
Em relação à prova, a gente tinha a possibilidade de ter ela traduzida, mas eu sei um pouquinho de inglês.
Eu consigo compreender mais ou menos como eles falam, então não foi tanto uma barreira, né? E, sim, a competição é toda desenvolvida no inglês.
Mas a gente sabia antes todos os softwares que seriam utilizados. Pelo descritivo que eles não podem fugir disso, então a gente tenta se preparar da melhor forma possível em relação a todas as ferramentas. Então, assim não foi nenhuma grande surpresa.
O professor Ricardo nos explica que essa competição é estruturada em ciclos que começam com uma etapa estadual, seguem para a etapa nacional e culminam na etapa internacional. Antes de cada etapa, os representantes do WorldSkills disponibilizam um “descritivo técnico, detalhando as habilidades e conhecimentos necessários pelos competidores. Assim, com base nesse descritivo, os professores planejam o treinamento para abranger ao máximo as exigências da prova.
Ricardo ressalta que a competição difere bastante da rotina profissional, pois, em apenas 15 a 16 horas, o competidor precisa simular diversos processos típicos do trabalho com BIM. Dessa forma, processos, que normalmente seriam colaborativos e envolveriam equipes multidisciplinares, acabam sendo realizados por um único competidor, trazendo um desafio único à prova.
Sobre o maior desafio, Esther relata:
Teve uma tarefa que eu me lembrei que foi no Navisworks® que era sobre a aparência dos objetos e eu nunca tinha usado, mas porque a Autodesk® é bem intuitiva em algumas ferramentas, eu consegui entregar. Consegui marcar esse [ponto] bonitinho, mas foi esse o maior desafio.
Como o treinamento preparou Esther para a competição
A gente tentou abordar tudo [no treinamento] e a gente treinava repetidas vezes. Tudo com auxílio da FF [Solutions] e com auxílio da ETC. Ajudou para entender melhor algumas ferramentas que estava tendo dificuldade. Depois, realizando a prova, eu percebi que estava bem preparada.
Tudo que a gente aprendeu foi novidade, coisas que não são tão usuais no dia a dia da maioria das pessoas, até nas que trabalham na área. Então eu acho que a gente [equipe que treinou] está assim… Bem além.
Eu percebi que é realmente muito importante pro meio ambiente pensar em como a gente vai utilizar melhor os recursos e aplicar esses conhecimentos nos projetos. É realmente muito importante porque você consegue economizar e otimizar os projetos.
No começo da competição, eu era uma pessoa, agora eu sou uma pessoa bem diferente, mas o maior aprendizado que eu vou levar é de continuar sempre aprendendo, de buscar conhecimento e de estar ali procurando, ser curiosa e estar sempre aprendendo, buscar evoluir. Isso é muito importante sempre.
Quando perguntada sobre o que ela indicaria aos novos participantes, Esther mencionou:
Muito foco, muita dedicação… É muito importante buscar autonomia, buscar colaborar com as pessoas e aprender de outras pessoas. Isso é muito importante.
Entrevista com o professor Ricardo de Angelis
Professor há mais de 15 anos no SENAI, Ricardo de Angelis é arquiteto e especialista em geoprocessamento. Hoje, atua também desenvolvendo pesquisas em BIM e como docente no curso de especialização de Gestão de Projetos com ênfase em BIM.
Ricardo vem acompanhando Esther e outros competidores do WorldSkills há alguns anos, recebendo no ano passado uma badge de reconhecimento como Expert na competição.
Leia abaixo um pouco sobre sua visão em relação às tendências tecnológicas que ele tem observado.
O papel e o histórico das tecnologias
Eu sou do tempo que a gente fazia o desenho na prancheta, né? A gente fazia o levantamento das quantidades a numa planilha manual e quando a gente tinha necessidade de fazer uma alteração de um projeto, a gente tinha que redesenhar tudo isso e refazer a planilha de quantificação de serviços.
Nós passamos por uma outra fase, então era coisa do desenho manual e do desenvolvimento dos documentos manualmente, aí passamos pela etapa do CAD, que já deu uma melhorada, as planilhas eletrônicas e hoje tudo integrado com o BIM, que cada vez mais será mais integrado.
Então, entre outras facilidades, tem essa questão da comunicação entre o canteiro de obras e o escritório, essa tentativa de se a ajustar a cadeia produtiva da construção civil em cima do método BIM. A possibilidade da gente conseguir observar através de modelos tridimensionais, que fazem com que a gente possa girar, aproximar, afastar, movimentar…
Todas essas informações que foram produzidas ao longo desse processo de criação, de execução e desenvolvimento que lá no final a gente consegue simular realidades virtuais, né? Então, os ganhos são realmente magníficos!
É o mundo dos sonhos que está cada vez mais é se realizando no dia a dia.
Tendências tecnológicas na competição
Sem dúvida nenhuma essa área da informática é uma área que cresce muito e se modifica muito rapidamente, né? Mas a gente vê que as questões em relação, por exemplo, a implementação dos recursos de inteligência artificial é algo que começará a ser implementado nas próximas edições aí do BIM.
Uma outra tendência que a gente verifica que vai ocorrer é a questão da interação entre o operador e o equipamento, aquilo que a gente chama da linguagem homem máquina, é algo que também vem forte aí para as próximas edições.
E vem forte na implementação do BIM no mercado de trabalho, né? A própria realização das análises, ou seja, aproveitar as informações, os dados inseridos nos modelos durante a etapa de produção, a da elaboração dos projetos, da execução da obra e num momento posterior, na implementação da operação e da manutenção desses edifícios para realização das análises.
A gente tem uma série de dados inseridos nas etapas ao longo do processo, que servem para que a gente consiga fazer análise, buscar informações qualitativas e conseguir melhorar o nosso produto final. Seja ele na questão ambiental, seja ele nas questões de logística, do próprio funcionamento do edifício…
Sobre o preparo para a WorldSkills 2026, o professor Ricardo explica que os ciclos estaduais já começaram, com a preparação da nova competidora que representará o estado de São Paulo na etapa nacional.
Esther Toledo teve um papel importante nesse processo, ajudando no treinamento da atual competidora com o auxílio do descritivo técnico da edição anterior, servindo como base para os ciclos estadual e nacional.
Assim, o conhecimento adquirido será incorporado na etapa nacional, prevista para agosto ou setembro do próximo ano, com o objetivo de selecionar o próximo representante do Brasil para a competição em Xangai.
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