Por Nathalia Abrantes
Como publicado anteriormente aqui no blog, o AU 2020 aconteceu neste mês de novembro, na semana de 17 a 20. Devido à pandemia do coronavírus, o que seria presencial como de costume, tornou-se online. A Autodesk University se reinventou ao possibilitar uma semana repleta de conteúdos interessantes e de alto interesse por parte do público que procurava por tecnologia e inovação.
Graças ao advento da internet, a experiência digital ofereceu novas oportunidades para compartilhar e conectar, globalmente, diversos profissionais das áreas de AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção Civil -, Projeto e Fabricação de Produtos e Mídia & Entretenimento. Foram inúmeras palestras e bate-papos que mostraram fatores pontuais, recorrentes e facilitadores para essas três indústrias.
Ponto-chave: palestra de Andrew Anagnost, CEO da Autodesk
Vista como a principal do evento, Anagnost comentou sobre o ano desafiador que estamos passando, a adaptação ao “novo” normal. Ao mesmo tempo, foi um momento para realizar o quanto processos e ecossistemas eram frágeis. Logo, esse acontecimento, por mais que devastador, trouxe novas práticas desafiadoras para atender às mudanças de demanda.
O CEO disse, ainda, que a chave para a sobrevivência e resiliência, sugere Anagnost, são os dados e a digitalização. Com uma visão positiva e otimista para o pós-pandemia, ele sente que a indústria da construção não vai voltar aos seus processos e fluxos de trabalho antigos. Em vez disso, ele será digitalizado permanentemente, proporcionando benefícios de produtividade.
Isso torna-se claro, uma vez que a Autodesk ofereceu acesso estendido ao Autodesk BIM 360 para ajudar empresas a lidarem com a virtualização durante a Covid, bem como mostrou e reforçou que era possível confiar na nuvem.
Durante a apresentação, Anagnost deu vários exemplos de empresas que se adaptaram a esse novo normal. Entre eles, James Hepburn que explicou como sua equipe desenvolveu, rapidamente, os planos para o primeiro hospital Nightingale, em Londres, usando o Revit e a colaboração da equipe para realizar uma notável reviravolta em 4.000 leitos para o Centro Covid. Ainda como exemplo, destacamos, aqui no Brasil, o caso da Fiocruz que construiu uma unidade hospitalar com a facilidade do BIM.
Nessa linha, a empresa anunciou três novas plataformas: Build, Quantify e BIM Collaborate, bem como a Digital Twin chamada Tandem. Com o Autodesk Docs sustentando a maior parte dessa funcionalidade e sendo porta de entrada para muitas das novas funcionalidades do Autodesk Construction Cloud, a Autodesk anunciou que o distribuirá como parte de suas coleções no próximo ano.
Build
Une o PlanGrid e o BIM 360 com novas funcionalidades. Neles, as equipes podem lidar com fluxos de trabalho, como gerenciamento de projeto, qualidade, segurança, custo e encerramento de projeto. Além disso, o Build inclui o aplicativo móvel PlanGrid Build com novos recursos adicionais para trabalhadores de campo e oferece recursos como criação de RFI, rastreamento de problemas, desenhos sempre atualizados e capacidade de marcação.
Quantify
Permite que os estimadores automatizem a quantificação 2D e 3D a partir de modelos BIM em uma única plataforma. Ela suporta sistemas de classificação predefinidos ou personalizados com fórmulas personalizadas. O controle de versão de documento integrado fornece notificações de alterações em modelos ou desenhos.
BIM Collaborate
Permite que as equipes de projeto trabalhem juntas e lidem com todo o fluxo de colaboração e coordenação do projeto. Ele apresenta um amplo conjunto de ferramentas para revisão de modelos, marcações, gerenciamento de problemas, análise de mudanças e detecção de conflitos. Colaboradores “não-autores” também estão convidados, o que torna mais fácil a visualização das alterações em dispositivos móveis mesmo não sendo assinante da Autodesk.
Tandem
Primeira incursão no mundo dos Digital Twins com a versão beta baseado na nuvem – esse teste deve terminar no início de 2021. Nele, a Autodesk usou a API Forge para desenvolver um ambiente em que os dados do projeto BIM possam ser carregados por meio de vários formatos para criar um modelo de dados que seja usado em várias fases do ciclo de vida de um edifício.
O Digital Twins oferece uma oportunidade para os designers, fabricantes e proprietários compartilharem todos os dados do projeto (eletricidade, refrigeração, escadas rolantes, qualquer coisa) desde o design até a desativação.
O mercado de Digital Twins está definido para ser enorme e, com o Revit tendo um papel dominante na criação de dados de ativos estruturados, um sistema baseado em nuvem que poderia automatizar o agrupamento de todos os dados do projeto para entrega aos clientes, é uma perspectiva muito interessante.
Os dados gerados durante o processo BIM, aumentados com as informações construídas e sensores IoT, podem facilmente estender os fluxos de receita da manutenção de dados de projetos antigos. Até agora, Digital Twins estava nas esferas de grandes proprietários de portfólio, como em refinarias de petróleo. Com a funcionalidade Autodesk Tandem localizada no mesmo lugar que todos os dados do projeto Revit, poderia democratizar os Twins; isso se resumirá tanto ao preço quanto aos benefícios do uso de dados pós-construção.
Surpresa no AU: aquisição do Spacemaker
Ninguém esperava que a Autodesk anunciaria a compra da desenvolvedora norueguesa Spacemaker. Esse software de IA baseado em nuvem ajuda designers urbanos, desenvolvedores imobiliários e arquitetos a tomarem decisões de design mais informadas. O software gera muitas iterações de alternativas viáveis para os melhores resultados de sustentabilidade e qualidade de vida.
Por exemplo, para ter uma noção maior e de fácil entendimento, se estiver interessado em um terreno para novos apartamentos, ele pode explorar, em tempo real, qual é a área para alugar, quantos apartamentos são possíveis e como as linhas de visão podem ser. Os usuários têm a capacidade de avaliar quantos critérios forem necessários diretamente na nuvem, combinando um design generativo para analisar fatores como ruído, vento, linhas de visão, entre outros.
Autodesk e Schneider Electric
As duas empresas estão trabalhando para desenvolver um novo serviço baseado em nuvem para projetistas elétricos, aproveitando as APIs do Forge para fornecer, aos usuários, um ambiente que conecta projetos desde o conceito até o projeto detalhado. Essa nova solução visa preencher lacunas em fluxos de trabalho baseados em BIM, o que permite o mapeamento de distribuição de carga, o balanceamento de energia, o dimensionamento de equipamentos e a diagramação unifilar.
Atualização no Programa de Certificação Autodesk
Foram adicionadas oito novas certificações alinhadas ao setor, baseadas em funções e individualizadas. A empresa observou um aumento de 800% no tráfego para seus recursos de aprendizagem durante o bloqueio da Covid-19.
Em conclusão, a palavra de maior destaque foi, sem dúvidas, interoperabilidade. Ou seja, a capacidade de um sistema se comunicar de forma transparente com outro. Para conquistá-la, as pessoas devem estar engajadas para assegurar que sistemas, processos e culturas de uma organização sejam gerenciados e direcionados para maximizar oportunidades de troca e reuso de informações.
Quer saber mais sobre o que rolou no evento?
A Autodesk disponibilizou, exclusivamente, alguns vídeos que resumem cada dia.
Possui alguma dúvida sobre os softwares citados acima? Ficou interessado e deseja obtê-los?
Fonte: AEC Magazine
