Conheça Douglas dos Reis, um ACI engenheiro e especialista em Fusion®

Pensar em um plano tridimensional não é nada fácil, agora imagine isso há 20 anos atrás? Essa é a mente por trás de um especialista em Fusion®, uma plataforma da Autodesk® para design de produto e manufatura que faz modelação 3D e faz toda sua integração de CAD, CAM, CAE e PCB na nuvem.

Conheci o Douglas através de uma parceria com um Centro de Treinamento Autorizado: a Colmaker, um ATC® com anos de experiência na área de design de produto e manufatura, com mais de 6 mil certificados emitidos!

Pensando em saber mais sobre esse grande talento, fizemos uma entrevista com esse engenheiro que também é Instrutor Credenciado da Autodesk® e descobrimos uma jornada muito inspiradora para qualquer profissional.

A escolha pela profissão

Então, a minha formação é um pouco diferente de um padrão de um jovem dos dias de hoje, né?

Na minha época, a porta mais é certa para você entrar no mundo corporativo, que era trabalhar numa empresa grande, de carteira assinada. Era o sonho de consumo de qualquer trabalhador nos anos 70, era via SENAI.

Até por conta que meu pai era um metalúrgico, então era muito comum também que o pessoal do segmento de mecânica elétrica, ou seja, do mundo corporativo, incentivar seu filho a ir pro mundo corporativo.

Então, com 14 anos, eu comecei a estudar no SENAI e começa aí o primeiro grande desafio da minha geração. Eu fui, a princípio, querer fazer um curso de eletrônica, mas a empresa que me apadrinhou era uma empresa extremamente mecânica.

E aí eles não apadrinhavam alunos que não tivessem uma sinergia com que a empresa… Aí eu optei pela mecânica.

Na primeira fase do treinamento, eu fui fazer um estágio nessa empresa que me patrocinava dentro do cenário e eu tive a oportunidade de ver um engenheiro trabalhando. Eu nunca tinha visto, é diferente de hoje…

Nos anos 70, conforme você crescia… Os benefícios eram notórios, né? Um engenheiro era o cara que ficava numa sala fechada, com ar condicionado enquanto todo mundo trabalhava dentro de uma situação de climatização natural. Ele tinha uma secretária, o banheiro dele era separado, tudo era separado. Ele vivia realmente no mundo paralelo ao mundo do processo de chão de fábrica.

Isso, claro, me encantou porque eu vi que era um status diferenciado.

“Com 14 pra 15 anos, já tomei a decisão de querer ser engenheiro.” – Douglas dos Reis

Douglas menciona que na época, um profissional bem qualificado era um especialista na área, algo bem vertical e diferente do que encontramos no cenário atual.

Porém, ele nos relata que, a partir desse primeiro insight, ele passou a focar todas as suas energias e estratégias em se tornar um especialista na área, mas com um olhar amplo do cenário da época.

Por isso, depois do curso de mecânica, fez outro de ferramentaria, depois de desenho técnico… E com quase 24 anos, Douglas já era engenheiro mecânico.

O primeiro contato com a Autodesk®

Dentro da minha formação, com 16 para 17 anos, já tinha um curso de desenho técnico, não tinha CAD ainda. Na época, era tudo na prancheta e tinha uma ferramenta que era caneta nanquim, que você usava para desenhar em papel vegetal.

Quando eu fiz o curso de desenho técnico, eu mandei um currículo e fui convidado para trabalhar numa empresa como desenhista copista. Em casa, foi um sucesso absurdo! Era como se eu tivesse entrado em Harvard!

Eu cheguei lá e vi aquele monte de desenho em nanquim, falei: “Poxa vida, agora vou aplicar tudo aquilo que eu aprendi!”. E do lado já tinha uma máquina que o coordenador na época usava e já era o AutoCAD®.

Na hora do almoço eu começava mexendo. Eu via ele mexer da minha mesa de lixa, ficava atrás da prancheta dele, olhava os comandos que ele fazia porque na época não eram comandos direto.
Você tinha que digitar comandos, né?

Um belo dia Seu Nestor, nunca vou esquecer o nome dele, adoeceu e ele teve que ter uma licença. E aí [tinham] que um contratar uma pessoa para continuar fazendo os desenhos AutoCAD® e eu sempre fui muito cara de pau, graças a Deus, cheguei e falei pro diretor: “Eu consigo fazer uns riscos aí de vez em quando, eu vejo ele mexendo.”. Ele falou: “Vou te deixar uma semana para você mexer, escolhe os desenhos mais simples. Depois eu quero ver como é que fica.”

E foi aí o meu primeiro contato, e aí eu comecei a mexer com o AutoCAD® é e eu tenho uma formação interessantíssima.

homem usando autocad em um escritório
Usando AutoCad® em um escritório

Leia também: A importância do AutoCAD® para a engenharia

A jornada multidisciplinar

Douglas destaca que o seu perfil multidisciplinar foi um grande diferencial para sua carreira, sua curiosidade começou a despertar um olhar diferente para o mercado de trabalho, se aproximando ao modelo multidisciplinar que vemos hoje.

Com todo esse lastro que eu fui construindo ao longo da adolescência e começo da juventude… Um perfil um pouco diferente… Eu fui criando base, né? A estrutura que hoje eu tenho em relação ao que é chão de fábrica, ao que é a parte de desenho, ao que é a parte de projeto, ao que é a parte de tecnologia… Ainda um pouco incipiente [na época], porque o CAD era uma coisa que estava começando, era tudo feito na mão.

Então, eu comecei a perceber que, num determinado momento, ser especialistas já não era uma coisa tão interessante. Eu começo a partir de meus 40 anos… Eu era um engenheiro de produto, engenheiro de aplicação, então eu tava dentro de chão de fábrica, estava dentro de processos operacionais a partir do momento que eu tive a primeira experiência com Robótica, comecei a entender… A hora que você vê um robô se mexendo através de uma programação que você fez… Aquilo dá uma adrenalina muito interessante e eu comecei a buscar o desconhecido.

Aí eu comecei a me especializar no “multiconhecido”, eu fui para Robótica… Um curso de mecatrônica, eu vou parar em automação, que já entra um pouco de eletrônica, aí eu volto lá na minha base, né? Aquilo que estava meio embutido dentro de mim.

Como ter um olhar diferenciado nos anos 2000

Douglas nos relata que numa dessas especializações no início dos anos 2000, ele se deparou com um cenário em que procuravam professor para dar aula nos laboratórios de informática. Naquela época eles trabalhavam com 4 ou 5 softwares diferentes, inclusive o Inventor®.

Percebi naquele momento que se eu conhecesse pelo menos, de uma forma aplicada, 4 ou 5 softwares de modelagem, eu seria diferenciado… E aí eu começo um especializar em softwares de modelagem e me dedicando a alguns.

“Acho que se eu fosse colocar como meu grande mérito de vida, eu acho que foi sempre ter uma visão muito à frente daquilo que estava acontecendo e nunca fugir muito daquilo que eu me planejava” – Douglas dos Reis

No meu mestrado, eu usei um desses softwares para poder trabalhar nessa modelagem e até que efetivamente comecei a dar aula de modelagem no SENAI, em Instituto Federal, em outras instituições com softwares de modelagem.

O início do Fusion®


A partir de 2013, eu começo a ter contato diretamente com a Colmaker e a ETC, o Fusion® já estava começando no Brasil. Como já tinha esse rastro de usar outro software, a gente achou interessante porque era um desafio que a gente via num primeiro momento.

É um software extremamente simples que a gente acreditava que não ia muito longe porque os outros softwares eram muito mais complexos. Mas ao passar desses anos, né? A gente percebeu que a estratégia da Autodesk® era outra, né? Era já de uma certa maneira, anteceder o que veio para culminar com a pandemia, que era trabalhar dentro de nuvem, né?

Para quem não é do segmento, um dos grandes desafios desses grandes softwares que acabei de dizer era o fato de ele ser software instalável que a gente fala, ou seja, você tem que fazer, o upload dele na máquina.

E como ele tem e tinha cada vez mais recursos de modelagem, engenharia, eles se tornavam cada vez mais pesado e mais complexa a sua instalação.

Hoje já fazem mais de 16 anos que eu trabalho só com Fusion e fui fazendo minha carreira. E como a vida é um ciclo, né? Eu volto depois ao Senai. Praticamente, o Senai faz parte da minha vida há mais de 40 e poucos anos.


Inspiração

A trajetória de Douglas dos Reis é um verdadeiro exemplo de como a curiosidade e o desejo de aprender podem transformar uma carreira. Desde o início no SENAI até se tornar um especialista em Fusion® e um renomado Instrutor Certificado da Autodesk®, Douglas nos mostra que o segredo do sucesso não está apenas em dominar uma área, mas em se reinventar constantemente, buscando novos conhecimentos e desafios.

Sua história nos inspira a encarar a evolução tecnológica não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de crescer. Em um mundo onde a mudança é constante, ser multidisciplinar e manter-se aberto às novas possibilidades são diferenciais poderosos. Assim como Douglas, podemos transformar nossa trajetória, nos adaptando e liderando as inovações que moldam o futuro.

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Escrito por

Bruna Martins

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